segunda-feira, 15 de outubro de 2012

11. Gilmar (Vitória de Guimarães 94-99)




A Caderneta da Panini vai de novo recuar até aos meus nostálgicos anos 90, e subir até ao Norte, especificamente ao Minho, para falar daquele que é o jogador do Vitória de Guimarães desses tempos que mais me recordo: Gilmar! Desse Vitória, antes de mais nada, do que me lembro com mais entusiasmo é do equipamento. Na minha opinião o mais bonito que o clube da cidade berço teve desde que vejo futebol. Era uma indumentária da Adidas, com um patrocínio à farmacêutica Bayer, que só por si já conferia um estatuto de “grande” e “internacional” a este VSC. E a verdade é que por estes tempos era mesmo. Não que agora não o seja, mas recordo-me de uma mítica eliminatória contra o Parma (na altura um poderoso Parma, com jogadores como Buffon, Canavarro, Chiesa ou Crespo nas suas fileiras), que fez parar toda a cidade, em que depois de uma derrota por 2-1 em Itália a equipa portuguesa bateu os transalpinos por 2-0 no D. Afonso Henriques, seguindo para a eliminatória seguinte onde cairia aos pés dos Belgas do Anderlecht. Se formos ver agora, estamos a falar de um Vitória com Zahovic, Capucho, Neno, Fernando Meira ou Vítor Paneira… mas o curioso é que se me perguntassem isso quando me comecei a escrever este texto: “Diz-me o nome de um jogador que pertencia à equipa do Vitória de Guimarães que arrumou com o Parma da Taça UEFA?” Eu só teria duas respostas: Gilmar ou Arley. Arley, e para rematar já esta questão porque achava piada ao nome deste brasileiro e ao seu cabelo muito pouco penteado nos cromos da minha caderneta Panini. Gilmar, porque a ideia que tenho dele é a de um dos melhores pontas de lança que passou em Portugal a jogar fora dos “três grandes”. É óbvio que isto quando se fala de “três grandes” está-se a meter de lado, na minha opinião injustamente a verdadeira alma vitoriana, mas certamente todos entendem o que quero dizer por isto. A minha ideia está longe de estar errada. Pelo menos é isso que dizem os números de Gilmar na primeira liga portuguesa: Nas 5 épocas no Vitória (e pelo meio a época de 95/96 que para o avançado foi para esquecer), marcou 48 golos só no campeonato. A uma média de quase 10 golos por época, sendo que nunca fez mais que 30 jogos (recorde-se que na altura o campeonato tinha 34 jornadas). Não são muitos os avançados que se podem orgulhar de fazer uma dezena de golos por época durante 5 épocas no mesmo clube, não sendo esse mesmo um declarado candidato ao título. Pois bem, Gilmar pode. É por isso que eu o recordo. E provavelmente por jogar num ou no melhor Vitória de Guimarães da minha era…  

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