A Caderneta da Panini vai de novo
recuar até aos meus nostálgicos anos 90, e subir até ao Norte, especificamente
ao Minho, para falar daquele que é o jogador do Vitória de Guimarães desses
tempos que mais me recordo: Gilmar! Desse Vitória, antes de mais nada, do que
me lembro com mais entusiasmo é do equipamento. Na minha opinião o mais bonito
que o clube da cidade berço teve desde que vejo futebol. Era uma indumentária
da Adidas, com um patrocínio à farmacêutica Bayer, que só por si já conferia um
estatuto de “grande” e “internacional” a este VSC. E a verdade é que por estes
tempos era mesmo. Não que agora não o seja, mas recordo-me de uma mítica
eliminatória contra o Parma (na altura um poderoso Parma, com jogadores como Buffon,
Canavarro, Chiesa ou Crespo nas suas fileiras), que fez parar toda a cidade, em
que depois de uma derrota por 2-1 em Itália a equipa portuguesa bateu os
transalpinos por 2-0 no D. Afonso Henriques, seguindo para a eliminatória
seguinte onde cairia aos pés dos Belgas do Anderlecht. Se formos ver agora,
estamos a falar de um Vitória com Zahovic, Capucho, Neno, Fernando Meira ou Vítor
Paneira… mas o curioso é que se me perguntassem isso quando me comecei a
escrever este texto: “Diz-me o nome de um jogador que pertencia à equipa do
Vitória de Guimarães que arrumou com o Parma da Taça UEFA?” Eu só teria duas
respostas: Gilmar ou Arley. Arley, e para rematar já esta questão porque achava
piada ao nome deste brasileiro e ao seu cabelo muito pouco penteado nos cromos
da minha caderneta Panini. Gilmar, porque a ideia que tenho dele é a de um dos
melhores pontas de lança que passou em Portugal a jogar fora dos “três grandes”.
É óbvio que isto quando se fala de “três grandes” está-se a meter de lado, na
minha opinião injustamente a verdadeira alma vitoriana, mas certamente todos
entendem o que quero dizer por isto. A minha ideia está longe de estar errada.
Pelo menos é isso que dizem os números de Gilmar na primeira liga portuguesa:
Nas 5 épocas no Vitória (e pelo meio a época de 95/96 que para o avançado foi
para esquecer), marcou 48 golos só no campeonato. A uma média de quase 10 golos
por época, sendo que nunca fez mais que 30 jogos (recorde-se que na altura o
campeonato tinha 34 jornadas). Não são muitos os avançados que se podem
orgulhar de fazer uma dezena de golos por época durante 5 épocas no mesmo
clube, não sendo esse mesmo um declarado candidato ao título. Pois bem, Gilmar
pode. É por isso que eu o recordo. E provavelmente por jogar num ou no melhor
Vitória de Guimarães da minha era…
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