sábado, 13 de outubro de 2012

9 - Paulo Turra (Boavista 01-04)




Bem a caderneta da Panini presta agora homenagem àquele que é possivelmente dos jogadores mais caceteiros de que tenho memória a jogar no futebol português: o antigo central do Boavista Paulo Turra! Para mim este nome há-de sempre ser sinónimo de “paulada no osso” aos adversários, daquela que até doía só de ver. Era um jogador impetuoso, que limpava tudo que mexia e lhe aparecia à frente. A verdade é que se observamos os registos do jogador no campeonato português vislumbramos que só lhe foi exibida por três vezes a cartolina vermelha (para este senhor isto parece-me muito pouco) duas das vezes em jogos contra o Sporting CP, e tenho a certeza que em ambas as situações, nas palavras de Jaime Pacheco foram mal mostrados, embora Jaime Pacheco começa-se sempre as suas críticas com a frase “Toda a gente sabe que não gosto de falar dos árbitros, mas…”. Contextualizando a contratação de Paulo Turra o que vemos é que o Boavista tinha acabado de ser campeão e precisava de construir um plantel pronto a atacar a Champions Legue. Ora sabendo-se do gosto deste Boavista pelo futebol bem jogado a decisão da equipa técnica axadrezada achou por bem resgatar este brasileiro à equipa do Palmeiras. Decisão que porventura, anos mais tarde julgo que podemos dize-lo, não foi bem recebida pelos avançados mais tecnicistas do nosso campeonato. Contudo a equipa Portuense acabou por fazer uma caminhada interessante na maior competição de clubes da UEFA, caindo apenas na segunda fase de grupos (na altura que o organismo que regula o futebol europeu resolveu inventar uma geringonça muito manhosa que só durou duas épocas…), num grupo onde também figuravam Manchester United e Bayern Munique. Tudo isto porque, possivelmente, Paulo Turra era um jogador que do ponto de vista defensivo, com os seus métodos pouco aconselháveis lá ia cumprindo. Fisicamente era forte, recordo-me que a sua aparência fazia-me sempre lembrar um imigrante de Leste, mas os seu pés não eram um porto seguro para os seus companheiros de equipa colocarem a bola. Era o típico central do recebe e alivia que a baliza está já aqui atrás e ninguém quer problemas… A verdade é que nos seus 4 anos em Portugal (3 no Bessa e um depois em Guimarães) marcou mais golos que Anderson Polga: 2, Nacional da Madeira e Sporting de Braga foram as vítimas deste portento do futebol que andou por aí a espalhar o seu perfume pelos nossos relvados. Depois disto, em 2005, quando já vestia a camisola do Vitória do Minho abalou para a Escócia (definitivamente um futebol à medida de Paulo Turra), para representar o Hibernian. Só lá esteve um ano, depois tirou o bilhete de volta para o Brasil e ali acabou a sua carreira a jogar pelo Avaí. Na minha memória vão ficar sempre aquelas entradas impetuosas e aqueles pés que eram um verdadeiro susto… 

2 comentários: