Com a minha
ida a Atenas o blog da Caderneta da Panini sofreu uma pequena interrupção, mas
como tudo que é bom volta sempre, aqui está o tão desejado regresso. E que
melhor maneira para voltarmos em grande do que falarmos de um jogador cujo seu
nome é igual ao nome da cidade onde Romeu viveu uma linda paixão com Julieta?
Quando digo isto, todos já devem ter percebido por certo que estamos a falar do
antigo avançado do Belenenses: Verona. É um jogador, que mais uma vez confesso,
só me lembro de alguns relatos radiofónicos e de uma ou outra transmissão
televisiva. O seu nome no entanto ficou-me gravado na memória. Porquê?
Simplesmente porque se chamava Verona. A verdade é que eu hoje em dia, muito
provavelmente, nunca teria grande confiança num jogador com este nome, é
daquelas coisas que me deixava logo de pé atrás, mas na altura achava-o bom
jogador… porque tinha 10 anos… e ele se chamava Verona! Como é que eu com 10
anos podia não gostar de uma jogador chamado Verona? E é por isso que neste
momento sinto que toda a minha infância se desmoronou. É triste descobrir que o
Verona dos meus tempos de criança, dos meus domingos à tarde colado ao rádio,
sem ouvir nada mais ou mais ninguém, se chama afinal Meirival Bezerra, e que
aquele épico nome, pelo menos para mim, não passava de um apelido, que algum
criador de sonhos decidiu dar a este Brasileiro, para depois destruir ao fim de
todo este tempo… (e escusado será comentar a confiança que eu depositaria num
jogador chamado Meirival Bezerra…). Mas deixando a semântica de lado e passando
para o futebol propriamente dito, a verdade é que Meirival (para mim Verona
morreu pela rádio), passou 6 épocas em Portugal, quatro delas nos azuis do
restelo, que o contrataram ao Estrela da Amadora, onde passou uma temporada, e
para onde voltou para cumprir a sua última época em Portugal, embora metade
dela tenha sido passada no Olivais e Moscavide (é o que acontece a quem não
respeita os sonhos de crianças apaixonadas por futebol como eu…), e
principalmente é o que acontece a um avançado que faz 24 golos em 6 épocas em
137 jogos (já para não falar dos 29 cartões amarelos, estamos portanto a falar
de um avançado mais caceteiro do que finalizador). Por estes número o que
aparece daqui para a frente no seu currículo não deve ser surpresa para
ninguém, voltou ao Brasil e representou colossos como: Aparecida (e é
fantástico haver um clube com este nome), Canedense, Formosa, Araguaia,
Potiguar, Mixto ou Inhumas (oi?), todos clubes portanto cujo o nome soa a algo
como coletividades a jogar nos campeonatos INATEL da distrital de Beja. Mas a
verdade é que por alguma razão eu gostava imenso deste jogador, e aqui fica a
prova, que quando se tem a inocência dos nossos 10 anos, e gostamos
simplesmente de ver uma bola a rolar no tapete verde, as nossas adorações são
inexplicáveis, e a minha alegria a desembrulhar o cromo do avançado Meirival
era a mesma com que desembrulhava um do avançado Mário Jardel…
Sem comentários:
Enviar um comentário