Não me perguntem porquê, mas uma
das minhas primeiras memórias futebolísticas mais viva remonta à época 95/96 e
jogava no Tirsense. Recordo-me que essa foi a última temporada da formação de
Santo Tirso no escalão maior do futebol português e recordo-me como se fosse
hoje da última jornada desse campeonato. Lembro-me que a disputa pela
permanência estava renhida, e que ainda ninguém havia sido definitivamente
relegado para a segunda divisão antes dessa fatídica jornada 34. Foram nove as
equipas que acabaram apenas separadas por 5 pontos, entre o 10º e o 18º lugar
(para que conste: 10º Farense 36p; 11º Salgueiros 36p; 12ª Gil Vicente 36p; 13º
Estrela da Amadora 35p; 14º Chaves 34p; 15º Leça 34p; DESPROMOVIDOS: 16º
Felgueiras 33p; 17º Campomaiorense 33p; 18º Tirsense 31p;) Isto tudo na altura
em que ainda havia as grandes tardes de domingo de futebol na rádio, com 9
jogos em simultâneo, e à mesma hora, e em que tudo ficava decidido. O meu pai
estava a ouvir todos esses acontecimentos pela Antena 1, e eu não parava de
perguntar o resultado do jogo do Tirsense, porque, não sei porque razão,
gostava do Tirsense. Achava piada àquele equipamento preto e àquele leão branco
do símbolo com o fundo negro, e quando se tem 5 anos isto é mais que suficiente
para se gostar de um clube… A verdade é que o Tirsense acabou por perder esse
último jogo do campeonato, com um rival direto, o Campomaiorense (por 3-1 e com
dois golos de Jimmy Floyd Hasselbaink), e levou mesmo com o guia de marcha para
a segunda divisão. Desse Tirsense, recordo apenas um jogador, e foi por isso
que me lembrei desta época, deste Tirsense: Goran Cumic, mais conhecido pelo
seu primeiro nome: Goran. Poucos serão os que dele se lembram e eu também não
tenho razão aparente para me lembrar. A verdade é que havia dois guarda-redes
que por motivos que até eu desconheço, venerava por esses tempos: Ele e
Miroslav (ex. guarda redes da União de Leiria de quem podemos falar mais
tarde). Este sérvio que a equipa nortenha contratou ao Kavala (e esta
informação pesquisei-a agora), estava longe de ser uma estrela, ou um grande
guarda-redes. O que é certo, é que quando eu jogava à bola com amigos, ou mesmo
sozinho a fazer defesas contra a parede lá de casa, e me perguntavam que
“keeper” eu era, eu respondia sempre: “Sou o Goran!”. Quem é o Goran? Boa
pergunta…
Nunca mais ouvi falar nele. O
Tirsense desceu e eu arranjei certamente outra equipa sinistra pela qual
torcer. Aparentemente Goran ainda continuou por lá mais uma época,
transferindo-se em seguida para o Felgueiras, e acabando carreira em Portugal,
a jogar pelo, imagine-se: União de Montemor (o sonho de qualquer Sérvio que vem
jogar para Portugal, com certeza). Defendeu as redes de uma equipa portuguesa
na primeira liga por apenas uma época, mas ficou-me na memória. Depois sumiu-se
e nunca mais foi protagonista de nenhuma dessas tardes de domingo de futebol em
Portugal… e eu nunca mais fui Goran Cumic…
(Na imagem, Goran é o primeiro a contar da esquerda, camisola cor de rosa, na fila de cima)
Tu eras pelo Tirsense eu, ainda hoje, sou adepto do Chaves. Como comecei a gostar da equipa? Foi por causa dos cromos da panini nas época 95/96/97. Até hoje, sou adepto do Desportivo de Chaves e guardo com muita saudades esses belos tempos de primeira divisão portuguesa
ResponderEliminarE eu era por causa do grafismo do "Domingo Desportivo". Antes do resumo de cada jogo aparecia a camisola dos dois clubes, e eu achava piada ao equipamento do Tirsense... E não sei porquê, gramava o Goran... o Tirsense desceu, o Leira subiu, comecei a gostar do Leiria e o meu guarda redes preferido passou a ser o Miroslav... Pancas lol
Eliminar