Há aqueles jogadores que por
alguma razão marcaram o campeonato português. Mesmo sendo por vezes jogadores,
vamos chama-los de “classe média”, pertenceram à história de algum ou alguns
clubes, e não sendo nenhumas estrelas são nomes que nos soam a todos familiares.
Quando penso em jogadores assim, um dos primeiros nomes que me recordo é de:
Chiquinho Conde. Não sendo nenhum portento, e não tendo tido passagens com
grande brilhantismo por nenhum grande (tirando uma fugaz temporada pelo
Sporting em 94/95, onde venceu inclusivamente uma supertaça Cândido de
Oliveira), este Moçambicano fez 313 jogos e 87 golos na Liga Portuguesa, e foi
claramente uma das maiores figuras do Vitória de Setúbal nos finais dos anos
90. Confesso que essas são as memórias que tenho dele. Com a camisola do
Vitória do Sado, onde teve 6 temporadas, 2 delas entre 92 e 94(das quais não me
lembro), 1 delas antes de uma passagem, também ela fugaz pelos NE Revolution,
dos Estados Unidos, e 3 épocas, depois, consecutivas entre os anos de 98 e 2000.
Curiosamente não foi aqui que ganhou aquele que é provavelmente o momento mais
alto da sua carreira. Esse remonta ao ano de 1989. No dia 25 de Maio desse ano,
sensivelmente um ano antes de eu nascer, o que explica o porquê de eu ter que
recorrer a alguns registos para vos dar esta informação, o Belenenses, então
com Chiquinho Conde nas suas fileiras, bateu por 2-1 o Benfica no Jamor e
conquistou a Taça de Portugal. O Moçambicano não marcou, mas fez os noventa
minutos pelos azuis do Restelo. Por onde continuou, depois lá teve umas
passagens por Braga, Sporting, pela MLS, mas foi no Bonfim que sempre foi
acolhido. E as razões são facilmente explicadas. Só na última época pelo
Vitória de Setúbal, já com 34 anos, Chiquinho Conde fez 14 golos na Liga, números
que tomara muitos avançados da primeira divisão hoje em dia fazerem no pico da
sua forma. Mas como tudo, as carreiras acabam ou começam a cair. Aparentemente
o amor de Chiquinho Conde pelo futebol é que não, daí o avançado ainda ter
continuando a praticar a modalidade até aos 39 anos, onde aí sim, decidiu por
um ponto final definitivo na sua carreira, corria o ano de 2004, e o Chiquinho
Conde que pisou durante 13 épocas os palcos principais do futebol Português,
representava já o Olímpico do Montijo. Na memória fica-me um símbolo, dos que
fazem agora falta, do futebol nacional, e um profissional como já não se
fabricam. Dele hei-de sempre recordar aquela narração que tantas vezes escutei
na rádio:
“É golo do Vitória de Setúbal! Marca Chiquinho Conde!”
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